Pausa na Viagem: [RESENHA] "MALDOSAS" (Sara Shepard)
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[RESENHA] "MALDOSAS" (Sara Shepard)




Autor(a): Sara Shepard / Tradutor(a): Fal Azevedo / Série: Pretty Little Liars (#1) / Editora:Rocco / Ano: 2010 / Páginas: 296 
Maldosas”, primeiro volume da série “Pretty Little Liars” escrita por Sara Shepard, traz uma história cheia de drama, mistérios e reviravoltas.

Tudo começa com o desaparecimento da linda, loura e poderosa Alison DiLaurentis, a garota mais popular do colégio Rosewood Day. Sem nenhuma lógica aparente, ela simplesmente some após um desentendimento com as amigas. Três anos depois, as colegas que Alison deixara para trás – Emily, Spencer, Aria e Hanna – não são mais as amigas de antes; o tempo as distanciou, e agora cada qual lida com os seus próprios problemas, amigos e… segredos sujos. Quando tudo parece se encaminhar para a normalidade novamente, eis que surgem as misteriosas mensagens de texto de alguém que se identifica por “A” para sacudir a vida das quatro protagonistas.

Ao começar a leitura, tive o receio de que o livro assumisse um tom infantiloide e me decepcionasse. No entanto, eu estava me precipitando; “Maldosas” foi, para mim, uma grata surpresa. A narrativa de Shepard é deliciosa, o que, aliado ao enredo instigante, faz do romance uma história viciante.

As tramas paralelas, no geral, foram muito bem exploradas. As protagonistas vivem suas próprias histórias, sem que elas se desconectem do mistério central.

Aria Montgomery é a minha “little liar” preferida: além de aparentar ser a mais madura e dona de si entre as quatro, sua participação no livro se difere pela relativa segurança com que lida com seus problemas. Ao voltar da Islândia, onde morou por algum tempo com a família, Aria se envolve com seu professor de inglês. Mesmo com todos os obstáculos, ela decide fazer o possível para manter esta relação, enfrentando inclusive a resistência dele. A personagem me conquistou com seu jeito sarcástico e blasé, sobretudo por sua autenticidade e determinação.

Emily Fields também é uma personagem interessante. Ruiva e estranha, ela treina com a equipe de natação da escola quando não está estudando. Ela tem um jeito tão humano e desajeitado que cativa o leitor logo nas primeiras páginas. Seu segredo está relacionado à sua mais nova amiga, uma garota que acaba de se mudar para a antiga mansão dos DiLaurentis. Juntas, elas descobrem sentimentos novos, e Emily decide que é a hora de romper com Ben, seu namorado gostosão da equipe masculina de natação. Emily é uma garota adorável, com quem me identifiquei ao longo do texto.

Spencer Hastings é uma patricinha sofisticada e iteligente, ex-vizinha dos DiLaurentis. A maior parte de seus conflitos está na relação competitiva com a irmã mais velha, Melissa, embora exista algo que a perturbe ainda mais: seu crescente interesse por Wren, o namorado britânico da irmã. Não obstante, a personagem ainda guarda um terrível segredo sobre Alison. O drama de Spencer me comoveu. Sua competitividade e carência de atenção são temas universais, abordados com sutileza e bom gosto pela autora. Tudo se desenrola de maneira natural, o que me impediu de rotular suas atitudes como “certas” ou “erradas”.

Já Hanna Marin é um caso à parte. Ela, que já fora feiosa e desengonçada nos tempos de Alison, inicia o Ensino Médio num corpinho de modelo e desfrutando de todos os luxos que o dinheiro pode oferecer. Bulímica com recaídas esporádicas, a garota também cultiva o péssimo hábito de roubar – talvez para compensar a negligência da mãe e a ausência do pai. Suas irresponsabilidades contam com a conivência e participação da amiga Mona Vanderwaal. Apesar de todo o drama sobre baixa auto-estima e rejeição salpicado pelos capítulos dedicados a Hanna, confesso que não consegui me conectar à personagem. Ela age de maneira condenável e tagarela futilidades – como se fosse uma espécie de “substituta” de Alison. Infelizmente, sua trama avançou em círculos, e não consegui sentir outra coisa por Hanna a não ser repulsa e, remotamente, pena.

Por fim, as pontas soltas que “Maldosas” deixa para o livro seguinte não são poucas. Questões fundamentais para a compreensão da história não são esclarecidas, e o desfecho (se é que pode-se chamar assim) causa um misto de frustração e curiosidade.

Recomendo o livro para todos, especialmente para quem não gosta muito de ler. “Pretty Little Liars” tem ingredientes viciantes em sua composição!

P. S: Apesar da aparência, “Pretty Little Liars” não deveria ser considerada “literatura teen”. “Young adult” seria mais apropriado, mas isto não vem ao caso.

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