Pausa na Viagem: [RESENHA] "DOCE VAMPIRO" (Flynn Meaney)
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[RESENHA] "DOCE VAMPIRO" (Flynn Meaney)


"Já passei por várias situações na minha vida em que, não importava o que fizesse, não poderia vencer. E lá estava eu de novo. Então, torcendo por uma inspiração e rezando por um milagre, botei os dentes para fora, inclinei a cabeça e avancei em direção ao pescoço dela..." (p. 8) 

Autora: Flynn Meaney / Tradutor: Rodrigo Dubal / Editora: Verus / Ano: 2010 / Páginas: 248

"Doce Vampiro", o romance de estreia da norte-americana Flynn Meaney, é uma divertida crítica à febre vampiresca, que dominou o imaginário adolescente a partir de fenômenos como "Crepúsculo" e "The Vampire Diaries". 

A trama é narrada em primeira pessoa por Finbar Frame, um garoto de dezesseis anos, pálido, tímido e deslocado. Com a auto-estima em baixa, a superproteção dos pais católicos e a irritante popularidade do irmão gêmeo - Luke, seu extremo oposto -, Finn tem um simples objetivo em mente: flertar. E, com sorte, talvez encontrar a garota dos sonhos. Algo praticamente impossível de se alcançar no colégio masculino St. Luke, ainda mais sendo um legítimo perdedor.

No entanto, quando a família Frame se muda para a grande New York, Finbar sente que sua sorte está prestes a virar. O pontapé inicial é um encontro marcado com uma amiga do Facebook, Celine... mas as coisas acabam saindo do controle e se tornam um verdadeiro desastre. É aí que Finn descobre o sex appeal dos vampiros, e decide adotar um plano "genial" para se dar bem com as gatinhas: daquele momento em diante, ele se tornaria um vampiro.

Só que bancar o Edward Cullen não se mostra uma missão das mais fáceis, principalmente quando certa garota entra na história.

Não sei o que foi que me motivou a ler "Doce Vampiro", mas eu certamente não esperava encontrar uma leitura ruim. De fato, apesar do enredo simples e da narrativa despretensiosa, o livro se mostrou uma grata surpresa. Como um ponto positivo, devo destacar que ele realmente me fez rir em alguns momentos - coisa que não acontece com frequência.

O protagonista, Finbar, é um poço de carisma. Não é difícil sentir empatia pelo personagem, que - ao contrário de muitos personagens masculinos na literatura teen - é sensível, inteligente e não descamba para a babaquice. Combinar todas essas qualidades sem comprometer a identidade de Finbar como um garoto de dezesseis anos, com todos os dramas da adolescência e os hormônios em ebulição, foi um acerto e tanto da autora.

O mesmo, infelizmente, não se pode dizer dos personagens secundários. Todos, salvo raríssimas exceções, são meros acessórios do protagonista, o que acaba limitando a história em certos aspectos. Eu gostaria de saber mais sobre Jenny, a melhor amiga de Finbar no novo colégio, e Kate, uma personagem relativamente importante cuja função se dilui no decorrer das páginas.

A narrativa da autora é leve, fluida e gostosa, porém, isso não impede que a história acabe perdendo ritmo. Aliás, o desenvolvimento da trama deixa a desejar - talvez por estarmos presos ao ponto de vista de Finbar -, e muita coisa que poderia ser mostrada (ou melhor explorada) é simplesmente contada pelo narrador. No final das contas, observar como a autora perde a mão no decorrer do livro não deixa de ser frustrante, já que "Doce Vampiro" tinha tudo para ser um livro cinco estrelas.

"Doce Vampiro" é um bom livro, com uma comédia eficiente e abordagens interessantes. Apesar dos pontos negativos, com certeza vale a pena.














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